terça-feira, 7 de agosto de 2012

Prisioneiros da Liberdade



 “Vejo, muitas vezes estarrecido, um debate totalmente parcial entre as pessoas, e o que ainda é pior, sem qualquer embasamento”. Como o ser humano é razoavelmente indolente por natureza; e, além disso, vive sem tempo no mundo moderno, ele se torna presa fácil de oportunistas de plantão. Através de propaganda enganosa e apelos românticos, esses manipuladores, muitas vezes, conquistam as mentes e corações das pessoas, que nem notam que estão apenas sendo usadas para objetivos particulares de outros.

É nesse âmbito que descrevo nossa escravidão moderna. Pelo fato de a escravidão formal ter sido abolida; e a democracia, conquistado o mundo, muita gente já se sente livre. Discordo, pois a liberdade não é conquistada somente através do voto. Podemos ser livres in jure, mas não somo de facto. A escravidão pode ser muito mais sutil do que estar preso a correntes. 

Somente um debate livre e intenso, calcado na busca incessante por informações e com honestidade intelectual, pode libertar o homem. Precisamos debater, sem ideias pré-concebidas e sem os limites do "politicamente correto", temas polêmicos, utilizando uam abordagem totalmente imparcial. O questionamento sincero, junto com o ceticismo, pode levar o homem longe. Recusar explicações simplistas que trazem um falso conforto é fundamental nesse processo de aprendizado.  

A maior dificuldade nessa caminhada pelo debate construtivo e imparcial é, sem dúvida, lutar contra os discursos românticos dos oportunistas, assim como sua forte propaganda.

Descobrir algumas aparentes verdades pode assustar, e olhar o mundo através de uma lente romântica, regada de utopias, é uma fuga mais fácil. Além disso, não existe liberdade sem responsabilidade, e a segunda afasta muita gente da busca pela primeira. 

O homem pode fazer a diferença. Para isso, é crucial sermos livres. O mundo caracteriza-se por uma série de acontecimentos, que são processados  por cada indivíduo, que então devolve algo ao mundo. Nesse processo de interação, como numa combinação de agentes químicos, ambos mudam sua composição inicial. A luta pela liberdade começa, portanto, pelo interior de cada indivíduo. Precisamos lembrar sempre que temos o livre-arbítrio, que as mudanças dependem de nós, que como iremos processar o que ocorre em nossas vidas depende muito da gente. “Entre o estímulo e a resposta, o homem tem a liberdade de escolha”.
Trecho de Introdução do Livro: PRISIONEIROS DA LIBERDADE de Rodrigo Constantino.


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